Nos dias 20 e 21 de fevereiro, durante as Jornadas João da Silva Correia, os alunos de 11º ano do curso de Ciências e Tecnologias, no âmbito da disciplina de Biologia e Geologia, dinamizaram o laboratório aberto CSI, dedicado às ciências forenses, cujo público alvo foram os alunos de 9º ano do AEJSC. Nos laboratórios F1 e F2 da ESJSC, os visitantes tinham de investigar e resolver um cenário de crime hipotético, experienciando as ciências forenses.
Quando a docente de Biologia e Geologia nos propôs a dinamização de um laboratório de ciências forenses para os alunos de 9º ano, a reação foi de grande entusiasmo: afinal, a maioria de nós tinha participado em algo semelhante no seu último ano no ensino básico e, como disse uma dessas alunas que agora seria monitora “quando visitei o laboratório no meu 9ºano, estava muito atenta e acho que nunca me vou esquecer do que os alunos mais velhos me explicaram!”.
Antes dos dias das Jornadas, foi necessário preparar as atividades: pesquisar online acerca das ciências forenses, rever procedimentos laboratoriais das aulas de Biologia, explorar a “Forensic Tool Box” (projeto euro4science) preparar suportes para exposição interativa e escrever uma estória de um hipotético cenário de crime para investigação.
Paralelamente, o clube de robótica e mecatrónica investigou e preparou apps e sensores relacionados com a identificação de vítimas, suspeitos e culpados.
Nos dias das Jornadas, cada turma de 9° ano foi recebida por alunos de 11ºano que apresentavam o contexto da atividade CSI e a forma como estava organizada, decorrendo em dois laboratórios, um dedicado às ciências biológicas e outro às ciências digitais. De imediato, apresentava-se a situação em investigação – um rapto no parque – as evidências recolhidas e os suspeitos.
O primeiro laboratório, sob a orientação das professoras de Biologia e Geologia de 11º ano, Cristina Ferreira e Ana Eusébio, contemplava três áreas forenses no âmbito da Biologia. Na primeira bancada, os visitantes podiam observar uma amostra de sangue num microscópio digital e eram esclarecidas quanto à importância dos testes serológicos (como o teste que permite a identificação do tipo de sangue através da aglutinação das células sanguíneas) e do teste de comparação de perfis de DNA (DNA fingerprint), através de jogos didáticos que permitiam excluir possíveis suspeitos. Na segunda bancada, vários microscópios permitiam comparar amostras de fibras de tecido, bem como fios de cabelo (tricologia), recolhidas no local do crime e dos suspeitos. Na terceira bancada, de botânica forense (palinologia), as evidências a investigar eram as amostras de solo recolhidas no parque e no sapato de um dos suspeitos, identificando ao microscópio grãos de pólen de plantas do parque.
No outro laboratório, de computação forense, as atividades propostas estavam relacionadas com a informática e, por isso, contamos com a ajuda de alunos do clube de Robótica (do curso de ciências e tecnologias e do curso profissional de mecatrónica automóvel), que foram orientados pelo professor Makário Fernandes. Nesse laboratório, o percurso de exploração foi dividido em quatro atividades: a recolha de impressões digitais latentes numa garrafa que era uma das evidências do cenário de crime; a análise comparativa das impressões digitais das provas, dos suspeitos e dos alunos visitantes; a utilização de uma base de dados para comparação de impressões digitais; a realização de um teste de polígrafo, usado por algumas equipas de investigação para induzir confissões.
Ao concluir o conjunto de atividades, os alunos visitantes eram incentivados a expor a solução do crime e elucidados acerca do uso das evidências como provas do crime.
Com esta atividade, a nossa intenção era enriquecer não só o conhecimento dos alunos do 9ºano e cativar o seu interesse pelas ciências, mas também desenvolver os nossos conhecimentos e capacidades, aplicando-os em contextos práticos que revelam o valor da ciência na sociedade, nomeadamente nas áreas das ciências forenses, simultaneamente desenvolver competências de comunicação e interação com os outros e até a nossa autoestima.
Tendo participado nesta atividade no 9º ano e/ou no 11º ano, com diferentes papéis (visitante e monitor), consideramos que esta atividade é uma oportunidade fantástica de aprendizagem tanto para os alunos mais novos como para os mais velhos. Inquiridos no final da atividade, quase todos os alunos de 9º ano consideraram que a atividade “aumentou muito o gosto e interesse pelas ciências”. Quanto a nós, alunos de 11º ano, apesar do trabalho ser bastante cansativo, pois passamos muito tempo dentro do laboratório a repetir as mesmas coisas, consideramos que valeu muito a pena: além de ter enriquecido muito o conhecimento sobre uma área que nos interessa muito, também tivemos a oportunidade de criar novas amizades e conviver com pessoas diferentes das que convivemos no dia a dia, já que houve a interação de alunos de diferentes turmas de 11º ano, bem como com os alunos de 9º ano com os quais trocamos impressões e opiniões. O ambiente de aprendizagem e de interação no laboratório foi muito bom. Aqui deixamos a nossa galeria de fotos!
Quem quiser saber mais sobre as ciências forenses, pode consultar online o projeto que serviu de base a esta nossa atividade:
Projeto Euro4science. Online: http://euro4science2.eu/?lang=pt-pt [consultado em fevereiro de 2020]
Por, Inês Costa, Maria Jardim, Carolina Tavares, alunas do Curso Científico-Humanístico de Ciências e Tecnologias – 11º ano - turma D e professora Cristina Ferreira