A
Escola Secundária João da Silva Correia participou no exercício nacional de
sensibilização para o risco sísmico, que ocorreu no dia 5 de novembro às 11:05.
O exercício foi divulgado e monitorizado com o envolvimento ativo de alunos do
10º ano, do curso Científico Humanístico de Ciências e Tecnologias, no âmbito
da disciplina de Biologia e Geologia e num contexto prático de cidadania.
A notícia do sismo de
magnitude 5,2, que ocorreu no passado dia 1 de Novembro e que teve epicentro no
oceano Atlântico a 480 km a oeste de Peniche despertou o interesse dos alunos
que estão a estudar Geologia no 10º ano. Por coincidência, aconteceu no mesmo
dia do tristemente famoso terramoto de 1755, o que fez lembrar os
riscos que estes eventos geológicos envolvem.
Figura 1-
Dados da caracterização do sismo do dia 1 de novembro de 2018, a oeste de
Peniche. in https://observador.pt/2018/11/01/sismo-de-5-2-ao-largo-de-peniche/.
Mas,
o que é um sismo? Os sismos ou tremores de terra, de
causas naturais, são movimentos vibratórios com origem nas camadas superiores
da Terra, provocados pela libertação de energia, geralmente devido aos
movimentos entre placas tectónicas (sismos tectónicos).
A
atividade sísmica de uma área refere-se à frequência, o tipo e a magnitude dos
sismos, registados ao longo de um período de tempo, numa região.
Enunciam-se aqui os maiores
sismos do mundo, de que há registo, segundo diversas fontes de informação online. O maior terá sido o do dia
22/05/1960, no Chile, com magnitude de 9.5, no qual morreram 1,6 mil pessoas e
com prejuízos estimados em 1 bilião de dólares. Este terramoto foi seguido por
um tsunami, que deixou 281 mortos. O segundo maior foi no Alasca, dia
28/03/1964, com magnitude 9,1 e seguido com um tsunami que tirou a vida de 131
pessoas e causou prejuízos na ordem dos 5,2 biliões de dólares. O terceiro foi
na ilha de Sumatra, na Indonésia, dia 26/12/2004 de magnitude 9,1. O tsunami
que se seguiu atingiu 14 países do Sul da Ásia e do leste de África. Ao todo, a
tragédia deixou cerca de 230 mil mortos ou desaparecidos e 1,7 milhões de
desabrigados. O quarto foi no Japão dia 11/03/2011, tendo magnitude 9. Morreram
15.7 mil pessoas, houve 4,6 mil desaparecidos e 5,3 mil feridos quando um
terramoto seguido de um tsunami arrasou a costa leste de Honshu. Provocou
estragos no valor de 700 biliões de dólares. Em Portugal, o maior sismo
registado foi dia 1/11/1755, com magnitude estimada entre 8,5 e 9,5, no qual morreram
10 mil a 90 mil pessoas (segundo os relatos da época).
Portugal apresenta um risco sísmico
considerável, variando conforme as características geológicas e demográficas
das diferentes regiões, a nível continental e insular. Para além das ilhas do
arquipélago dos Açores, em Portugal Continental as zonas com maior risco
sísmico são Lisboa, Algarve, Península de Setúbal, Ribatejo
e Costa Alentejana.
Figura 2- Mapa de intensidades sísmicas em Portugal (correspondendo a risco sísmico crescente, de V a X). In: https://www.vortexmag.net/sismos-em-portugal-as-14-localidades-com-maior-risco |
A TERRA TREME é
uma ação de sensibilização para o risco sísmico que é organizado anualmente
pela Autoridade Nacional de Proteção Civil, no dia 5 de novembro, pelas 11h05.
Esta campanha é importante, pois pretende alertar a população para a
importância de saber como agir antes, durante e depois da ocorrência de um
sismo, salientando comportamentos simples que os cidadãos devem adotar e que
podem salvar vidas.
Antes da ocorrência de um sismo,
devemos informar-nos sobre causas e efeitos possíveis e o risco de ocorrência
na nossa zona. Em contexto familiar, deve elaborar-se um plano de ação e organizar
um kit de emergência, ter noção dos locais seguros da casa e manter áreas
abertas para fácil passagem.
Figuras 3 e 4 - Kit de emergência e elaboração de um plano familiar. In:http://archivo.trome.pe/familia/sismo-que-hacer-antes-durante-y despues-movimiento-telurico 2000477) e (http://hidromet-ucv.org.ve/medidas-de-prevencion-como-actuar-antes-durante-y-despues-de-un-sismo/
Durante a ocorrência de um sismo nunca
devemos utilizar o elevador, deve-se desligar a eletricidade e cortar a água e
o gás; durante o abalo devemos proteger-nos, tendo atenção à possibilidade de
queda de objetos pesados, de paredes e vidros. Os 3 gestos- BAIXAR, PROTEGER e
AGUARDAR - são a melhor resposta para nos protegermos se estivermos no interior
de um edifício durante um sismo.
Figura 5 - Prática dos
três gestos – BAIXAR-PROTEGER-AGUARDAR - durante um sismo.http://www.periodismoudec.cl/tiemporeal/2017/10/30/tremofobia-la-peor-consecuencia-emocional-los-movimientos-teluricos/
Depois da
ocorrência de um sismo devemos manter a calma e contar com a ocorrência de
possíveis réplicas, ligar o rádio e cumprir as recomendações que forem
difundidas e não utilizar o telefone a não ser em caso de emergência. Estas e
outras informações mais detalhadas podem ser obtidas no em www.aterratreme.pt.
A dinamização do exercício “a terra treme”
na Escola Secundária João da Silva Correia decorreu sob o olhas atento dos
alunos de 10º ano da disciplina de Biologia e Geologia. Na sequência de um
trabalho de pesquisa, a turma A tratou da divulgação da atividade, elaborando
infografias. Alunos das turmas C e D monitorizaram a atividade nas 24 salas de
aula deste estabelecimento de ensino onde se encontravam as turmas em
atividades letivas. Essas salas não são, em termos de infraestruturas, locais
de risco agravado, exceto no caso dos laboratórios. Tendo em conta a aplicação
das instruções gerais, todas as 24 turmas inquiridas ouviram e reagiram ao
alarme; 87.5% seguiram as instruções de segurança, ou seja 21 das 24 turmas; os
três gestos simples a cumprir em caso de sismo foram praticados por todos os
alunos em 79% das turmas, ou seja, 19 em 24 turmas asseguraram que todos os
alunos cumpriram estes gestos; 22 das 24 turmas mantiveram a calma e a ordem
previamente programadas para este exercício, ou seja, 92%. Felizmente, não foi
necessária a evacuação de nenhuma sala de aula. Quanto ao funcionamento dos
dispositivos e equipamentos de emergência, ocorreu conforme programado. Apesar
disto, cerca de 12,5% das turmas acharam que a sirene não se ouviu claramente.
Na perceção da equipa que
monitorizou a atividade, os alunos de diferentes níveis etários encararam este
exercício de simulação com maior ou menor seriedade, mas mostrando-se sensíveis
à problemática dos riscos sísmicos e certamente retiveram a ideia crucial de
como reagir a um evento sísmico. Os sismos são imprevisíveis, mas os seus
efeitos podem ser minimizados com a preparação adequada de todos os cidadãos!
Seguem-se alguns registos
fotográficos da atividade.
Artigo
elaborado pelos alunos do 10ºD-CT
Curso Científico Humanístico de Ciências e Tecnologias/Disciplina de Biologia e Geologia.