É um daqueles dias em que o
céu não consegue decidir de que cor ficar. Muda entre o azul, branco e cinzento
e torna-se numa amálgama de cores. Talvez esteja confuso e indeciso ou perdido
como todos parecemos estar. Seremos nós o seu reflexo ou será ele o nosso?
Se nos expressássemos com cores, muito provavelmente,
também teríamos destes dias em que nenhuma nos define e nos serve. Em vez disso
expressamo-nos com emoções e ideias, talvez ainda mais diminutas e inúteis que
as cores. Quem criou as cores e, simultaneamente, as emoções? Existirão elas em
todo o lado ou só dentro das nossas cabeças? Serão as emoções algo concreto ou
serão só abstrato? Serão elas somente um pensamento e/ou movimento ativado dentro
de nós ou será que as sentimos e vivemos de verdade? Acham que as emoções se
comparam ou igualam a sentimentos ou serão coisas totalmente distintas? Fiz
esta pergunta ao meu pai e ele afirmou-me que são a mesma coisa. Procurei no
dicionário ambas as palavras e tendo encontrado significados diferentes,
poderei eu logo concluir que são, certa e totalmente, distintas? Talvez varie
de pessoa para pessoa e dependa da forma de pensar e expressar que cada um tem.
Na minha opinião são coisas da mesma família, parecidas e semelhantes, não
iguais. Vejo uma emoção como uma coisa exterior e um sentimento como algo de dentro.
Apesar de dizermos que nos sentimos felizes ou tristes, eu acho que a
felicidade e a tristeza são emoções, assim como o orgulho e a paixão. Já como
sentimentos temos o amor e o ódio, a raiva, a fúria, a paz, a liberdade, o
medo, etc. Vejo uma emoção como um braço ou uma perna do sentimento; é a sua
extensão e o seu prolongamento. Se o sentimento for a raiz, a emoção será a
árvore ou a planta ou a flor ou o fruto. A emoção é a ponte entre o irreal e o
real, entre o sonho e o acontecimento; entre o interior e o exterior. Ao
emocionarmo-nos expressamos o que sentimos. A emoção despe-nos e mostra-nos a
toda a gente que nos queira ver. Expõe-nos e liga-nos aos outros, ao mundo, ao
real, ao exterior. Talvez isto seja pertencer e encaixar.
Texto integral na página - Alunos
Inês Anacleto, 11º A