Duarte, inteligente e discreto, habituaste-nos à tua presença silenciosa,
porém atenta, no fundo da sala. Perspicaz e sempre pertinente nos comentários e
observações, não gostavas de exibir os teus conhecimentos, mas sabias sempre as
respostas…
Eras metódico, organizado e muito trabalhador. Tinhas as matérias sempre
em dia, as leituras feitas, as tarefas todas realizadas, os exercícios
resolvidos (os que eram pedidos e os que fazias extra para te preparares).
Quando feitas as perguntas, sabias sempre as respostas…
Tinhas um sonho: ser médico. Querias sempre aprender e saber mais,
acrescentar conhecimentos à tua cultura (enorme já para um miúdo de apenas
dezassete anos). Mais do que saber os conteúdos, querias entendê-los, saber o
porquê das coisas. Às vezes dizias «Isto não faz sentido, não concordo». Era o
teu espírito crítico sempre presente! Mas, feitas as perguntas, sabias sempre
as respostas…
Tinhas um sorriso tímido e uma postura sempre correta. Não gostavas de
falar de ti, preferias passar despercebido! Eras justo e lutavas pela justiça.
Partiste. Deixaste-nos muito antes do tempo, muito antes dos sonhos. Porquê?
Porquê? Fica a pergunta, mil vezes repetida. E agora?
Quem nos dá as respostas?
Professora Ana Magda